🎭 O Reino da Incompetência Coroada e a Saga do Bobo Esclarecido 🎭
🧐Em certos reinos, não tão distantes e nem tão fictícios, erguidos sobre as fundações movediças da aparência e do conchavo, o talento é uma afronta. A competência, uma heresia. E a verdade, bem, a verdade é um exílio autoimposto por aqueles que ousam enxergá-la. Eis a crônica de um desses lugares, onde ser "professor" é menos um título e mais um alvo pintado nas costas por aqueles que, no panteão da sua própria mediocridade, se autoproclamam guardiões de um saber que nunca possuíram.
🤡Imaginem um bobo da corte. Não um bobo qualquer, mas um daqueles com um olhar arguto, capaz de tecer, com a linha da lógica e a agulha da dedicação, relatórios tão impecáveis que ofuscam o bordado torto da rainha. "Ele não tem função!", bradam os arautos da inveja, ecoados pela soberana que, em seu trono de conveniência, decreta: "De fato, que serventia tem a luz para quem prefere a penumbra?". Sim, a mesma soberana que, em privado, sorve cada gota de clareza desses relatórios, mas em público, os questiona com a inocência calculada de quem pergunta "Por que o sol insiste em nascer?".
🗣️"Idiota!", sibilam quando o bobo, com a precisão de um relojoeiro suíço, preenche os formulários do reino – aqueles mesmos que eles rabiscam com a displicência de quem enxota moscas. "Coisa de quem não tem o que fazer!", cospem, enquanto se afogam no pântano da própria inércia. E a ameaça, ah, a ameaça, sempre ela, o trunfo dos tiranos de bolso: "Cuidado, bobo, ou te mandaremos para as terras distantes de Londrina, onde seu brilho não ofuscará nossa opacidade!". Como se a distância pudesse apagar a marca da competência ou silenciar o eco da verdade.
🔍"Ele só quer xeretar, bisbilhotar!", acusam, projetando no outro a própria natureza furtiva. "Quer infernizar a todos!", proclamam, enquanto orquestram a sinfonia da discórdia. E a autoridade? Essa é uma miragem que tentam dissipar com sopros de desdém: "Tua função aqui não é de Professor de Saberes, mas de Colecionador de Ventos!". "Ele assina como Sábio, mas não é!", como se a assinatura da verdade dependesse do carimbo da ignorância oficializada. "Aqui quem manda é a Dama de Copas, não a lógica!", bradam, esquecendo-se que, mesmo no mais insano dos jogos, as regras da realidade tendem a prevalecer.
👑E a gestão, essa figura majestosa da "mediação"? Que espetáculo! "Chamei-vos para entender o que se passa", diz a Rainha, com a gravidade de quem julga o destino de nações, quando, na verdade, está apenas encenando o prólogo de mais uma farsa. Intimida, questiona o óbvio, e ai do bobo se mencionar os "Relatórios da Abelhinha Zangada" – aqueles rascunhos que, por algum mistério palaciano, parecem agradar mais ao gosto real. Por que será que a clareza incomoda tanto, e o rabisco conveniente acalma? Talvez porque a primeira exige reflexão, e o segundo, apenas subserviência.
⚔️E quando os argumentos falham, quando a luz da razão ameaça queimar os olhos acostumados à escuridão, surge a sugestão sutil, quase cavalheiresca: "Resolvam suas diferenças lá fora, como homens de... bem, não de honra, mas de algo que se assemelhe". A velha tática de transformar o debate de ideias em disputa de músculos, o último refúgio dos intelectualmente desarmados.
🍕"Ele quer ferrar todo mundo!", "Quer azedar a campanha da pizza!", gritam, como se a busca por integridade fosse um atentado pessoal contra o banquete da mediocridade. E a dúvida final, a cereja podre do bolo da desqualificação: "Mas... ele tem competência para isso?". A pergunta não é sobre a capacidade do bobo, meus caros. É sobre o pavor que sua competência instila naqueles que construíram seus castelos de cartas sobre o terreno da incompetência alheia.
💡Esta não é apenas a história de um professor, de uma escola, de relatórios ou de uma diretora. É a alegoria de todo ambiente onde a excelência é punida, onde a crítica construtiva é vista como conspiração, e onde a voz da razão é abafada pelo coro dos medíocres. É a crônica da manipulação institucionalizada, do assédio velado que corrói a alma e tenta transformar visionários em fantasmas. Mas a luz, mesmo que filtrada por frestas, tem uma teimosia irritante: ela sempre encontra um jeito de vazar. E quando vaza, revela não só a beleza do que tentaram esconder, mas também a feiura da sombra que a aprisionava.
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