📜 A Fábula do Lobo que Chamava Cordeiros de Filhos 🐺
🏘️Na Aldeia das Vozes Cortadas vivia um Lobo grisalho, conhecido não por sua sabedoria, mas por sua mania de chamar os cordeiros de “meus filhos”.
🩸Não era carinho, mas veneno disfarçado: cada vez que falava assim, o Lobo encolhia a estatura dos cordeiros e engrandecia sua própria sombra.
⏱️O Lobo dominava pelo tempo. Se um cordeiro tentava falar, ele soltava o bramido: “Não dá tempo!”. E o relógio da assembleia, curioso, sempre parava quando a boca do Lobo se abria.
🪪Os Guardiões da Aldeia, que deveriam proteger o rebanho, preferiam bocejar diante da cena. Alguns fechavam os olhos (como quem prevarica por conveniência), outros anotavam nas tábuas apenas o que lhes era útil, omitindo o resto.
📝Assim, a fábula se repetia: o silêncio virava ata, e a ata virava mentira.
🪞Mas os cordeiros não eram tão cegos. Um deles trouxe um Espelho Encantado para a clareira. Nesse espelho não se via apenas o rosto, mas os gestos, as manias, os abusos.
🐺O Lobo, ao se ver refletido, rosnou ainda mais alto — e quanto mais rosnava, mais confessava.
⚔️ O Paradoxo Maquiavélico
📚Maquiavel diria que o governante deve ser raposa e leão; o problema do Lobo era que ele queria ser os dois, mas parecia apenas uma raposa cansada, latindo bravatas.
🔥Melhor ser temido do que amado; o Lobo conseguiu ser temido, mas também odiado — e esse ódio é a semente da conspiração contra si mesmo.
⚖️A virtù exige habilidade e astúcia; o Lobo confundiu virtù com grosseria. A fortuna foge dos que abusam sem força.
🪞 Moral do Espelho
💡Quem infantiliza revela sua própria imaturidade. Quem manipula o tempo, acaba prisioneiro do relógio. Quem chama de “filho” para humilhar, mostra que nunca soube ser guardião.
🏛️O verdadeiro príncipe não é quem grita mais alto, mas quem constrói estabilidade sem medo de reflexos.
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