🐭 O ALMOXARIFE DAS SOMBRAS E O RATINHO CONTROLADOR
🌿Enquanto isso, em alguma toca da aldeia: — Mamãe, por que o ratinho foi colocado na sala do almoxarife, se nem sabia direito o que fazer? — perguntou o filhote, inquieto.
🦉— Ah, filhote, essa é a arte do tronco: criar um ninho que parece trabalho, mas é armadilha. Ele não queria que o ratinho organizasse lápis ou globos — queria que sentisse o peso do nada. — respondeu a mãe, ajeitando as penas do filhote.
❓— Mamãe, mas o ratinho foi consultado antes sobre isso, como você faz com a gente, se reúne, explica, conversa tudo direitinho, mostra os prós e contras pra depois apresentar a ideia?
⚠️— Não, filhote. Ele nunca foi informado. Quando soube, já estava acontecendo! Sentaram à sua frente e debulharam a informação, deixando ao critério do ratinho pegar ou não. O faro do rato é bom, nada escapa ao seu radar. — explicou a mãe.
📜— Mas o tronco disse que ele ia controlar tudo, anotar quem pegava o quê! — exclamou o filhote.
🎭— Sim, disse. E riu. Gargalhou como se fosse um jogo. Controle de estoque? Não, filhote, era espetáculo de poder. Cada cola, cada mapa, cada grampeador entregue seria uma corrente invisível. — disse a mãe.
❗— E se alguém perguntasse sobre outra função? — o filhote perguntou, curioso.
🛑— Ah, o tronco respondeu: “Devido aos problemas de saúde, ele não pode ficar em outro canto nem em sala”. Mas não explicou nada. Criou uma salinha, inventou tarefas, mentiu aos anciãos que já tinha consultado todos. Cada palavra era armadilha. — disse a mãe, firme.
🕵️♂️— Então ele não tinha função real? — o filhote franziu o focinho.
✅— Exatamente, pequeno. Um cargo invisível, tarefas inventadas, e um ratinho que deveria registrar tudo. O objetivo? Esvaziar, isolar, pressionar. E gargalhar com isso, claro. — concluiu a mãe.
✍️— Mas o ratinho pode fazer algo? — o filhote perguntou.
📖— Pode sim. Ele pode transformar cada risada, cada ordem sem sentido, cada mentira em pergaminho. Cada ato de arbitrariedade vira prova, cada gargalhada debochada, testemunha. Não é vingança, é estratégia. Registrar é poder. — disse a mãe, sorrindo com a sabedoria das penas. — E lembre-se, filhote: vamos ver até onde certos servidores das sombras continuarão brincando de servir ao povo entregando farsas em vez de trabalho real. Hoje é o ratinho! Amanhã pode ser você, leitor. Pense nisso! — completou a mãe, com um olhar que cortava como lâmina.
📌Moral da fábula: cargos fantasmas e funções inventadas não servem para trabalhar — servem para isolar, pressionar e divertir os poderosos. Quem registra a farsa transforma o vazio em prova e a injustiça em evidência.
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